5 de dezembro de 2007

DO JEITO MAIS DIFÍCIL!

O que tinha a dizer não podia ser gritado
Exposto, assim, para todo mundo ouvir.
Na verdade, nem repousar ao lado
Das palavras pelas quais morri.

Meu segredo fez em mim ferida,
Cicatriz e pele nova, recomeço.
Tua figura me deixa perdida
E como um vício, obedeço.

Entrego a ti a letra, a pena, o selo,
A folha na qual te peço, imploro até,
Que me deixe ir embora pelo
Caminho que escolhi trilhar a pé!

14 de novembro de 2007

QUEM É O VERDADEIRO PALHAÇO?


Rir ou fazer rir
Passar ou ser passado
Lembrar ou ser lembrado
Poder ou tornar possível?

A quem tu entregaste o controle?
A quem tu foste entregue?

Abrir ou se abrir
Olhar ou ser olhado
Tentar ou ser tentado
Resistir ou tornar irresistível

A quem tu controlas?
A quem tens nas mãos?

27 de outubro de 2007

PODE MANTER O VOLUME BAIXO?


A queda não precisa ser inevitavelmente o fim
Ela pode ser o princípio de um precipício.
Ao olhar para baixo, serei capaz de ver
De ler, de reconhecer as respostas
Para todas as perguntas que já me fizeram?
E no momento de maior clareza,
No instante em que tudo saberei,
Quando tudo poderei alcançar
Acabará por ser meu fim?
Entre ficar aqui, com os que desconhecem
E jogar-me na escuridão dos que tudo sabem
Serei forte o bastante para me manter de pé?
Minha espinha dobrar-se-á?

13 de outubro de 2007

MARCADOR DE PÁGINAS





Cada ruga, cada cabelo branco pode ser encarado de duas formas:

Como uma marca do tempo, como um aviso de que se está, cada vez mais, perto do fim; uma maneira sarcástica da idade se fazer presente.

ou

Como uma espécie de sinal, um lembrete de que se parou ali e há ainda muito mais a ser escrito, a ser contado, a ser vivido.

O que é envelhecer pra ti:

Encaminhar-se para o fim

ou

Encarar-se como uma experiência viva?

7 de outubro de 2007

Não é sempre!

Achei que queria falar comigo.
Ah, não foi nada, então!
Não tenho a chance de te ter
Por isso faço tudo o que posso
Para aproveitar tua presença
Na esperança de torná-la
Menos passageira
Não é sempre, mas consigo
Vez por outra não sentir tua falta!

4 de agosto de 2007

Recomeço


Não é sempre que se tem a chance de começar tudo de novo.
Se esta a mim fosse dada, faria tudo como da primeira vez.
Aqueles que afirmam o contrário, não se conhecem.
Enganam-se os que pensam que uma segunda oportunidade
É sinal de recomeço, de algo novo.
Não...
Ela vem pra nos mostrar o que realmente somos:
Um joguete em nossas próprias mãos
Alguém fadado a realizar as mesmas más escolhas
Cometer os mesmos erros, agir da mesma forma.
No entanto, apenas uma vez para cada momento!

17 de julho de 2007

SORRISO

Teu sorriso me custa caro
Me dá trabalho
Me põe em cheque.

Teu sorriso nunca é largo
Não vem fácil
Não dura.

Teu sorriso é sem força
Sem forma
Sem cor.

Teu sorriso mostra pouco de ti
Alguns dentes
Várias rugas.

Teu sorriso não me dá "Bom dia"
Não passa a tarde
Não sai à noite.

Teu sorriso não dança
Não corre
Não grita.

Teu sorriso, por vezes, é só teu
Só tu notas
Só tu vês.

Teu sorriso, quando aponta,
Não se destaca
Não chama a atenção.

Teu sorriso, entretanto, vale as penas
Vale tudo
Vale mais.

Teu sorriso, porém, é o mais sincero
O mais sublime
O mais sério.

Teu sorriso é uma arte
Que me toca
Que me inquieta.

Teu sorriso é um milagre
Que me faz acreditar
Que me faz querer sorrir

Para que, assim,
Dois sorrisos sem graça
Se tornem um sorriso feliz!

7 de julho de 2007

Em mãos














Bater as asas e não poder voar
Fazer das penas instrumentos
Do próprio penar
Já é demasiado tarde, Pedro?
Já vês teu corpo morto?
Já não sentes o peso de tua alma?
E o que se pode fazer?
E o que se quer que seja feito?
Voar...
Pousar...