30 de abril de 2005
CASTIGO É PARA QUEM ACREDITA EM CERTO E ERRADO
Será pecado adorar
O modo como mordo
Teu lábio inferior?
Não pode ser errado
Amar o gesto tolo e belo
Do teu cotidiano
Coça a barba com três dedos
Me acalma em dois toques
Silencia por um beijo
PREFERÊNCIAS
Meu amor por ela
É como teu amor por ele
O afeto dele
É do tamanho do carinho dela
Minha admiração por ela
É como teu fascínio por ele
O orgulho dele
É do tamanho da devoção dela
Minhas conversas com ela
São como teus debates com ele
Os recados dele
São do tamanho dos bilhetes dela
Eu tenho o sorriso dela
Tu tens os olhos dele
Tu lembras ele
Eu pareço ela
Eu sou dela
Como tu foste dele
Tão teu foi ele
Quanto minha é ela
Eles tinham o jeito deles
Nós, o nosso.
DÚVIDA
Teus lábios nunca me dizem
A intenção implícita em teus atos
Tu tens razão para ocultá-la?
Ah...Tens razão!
Teus passos rápidos te fazem
Perder de vista o que ficou para trás
Tu tens motivo para fugir?
Ah...Tens um bom motivo!
Fico sem jeito para te contar
A motivação que me torna racional
Tu tens como perceber?
Ah...!
REGRA
QUASE
23 de abril de 2005
SENTIDOS
Quero dizer “adeus!” aquele que tem em mente
O objetivo de me dizer adeus antes que eu o diga.
Quero dizer “te amo!” aquele que nunca disse
E nem pensa em dizer, pelo simples fato de não achar tal expressão necessária.
Quero dizer “talvez!” aquele que há anos ouve o meu “não”
E os transforma em “talvez” só para saber se será capaz de transforma-lo em “sim”.
Quero sentir o toque da mão gelada, chegada da rua tarde da noite, sem explicação e Aquecê-la com o calor caseiro que exala de mim, quente e sedento por um porque.
Quero sentir o cheiro do tinto corpo que escorre na direção contrária a que vou.
Quero sentir o gosto amargo da lágrima alcançando teu queixo
E encerrando sua trajetória no tapete do chão da sala.
Quero tocar em teus olhos e fecha-los para tudo aquilo que desvia a tua atenção.
Quero tocar em tua boca e fecha-la para todas as palavras
Que me fazem não te querer por perto.
Quero tocar em tuas mãos e abri-las para que
Possam conviver livremente com as minhas.
Quero ver o sorriso que antes era fácil e doce,
Mas que já não se mostra na minha presença.
Quero ver a beleza do olhar sincero que antes era apaixonado,
Mas que já não me segue.
Quero ver a tristeza presente no teu rosto, como outrora se encontrava,
No momento em de ir embora.
Quero ouvir as palavras que vieste aqui me dizer, mesmo que doam.
Quero ouvir nossa canção que fizeste pensando em mim, nem que seja pela última vez.
Quero ouvir o som da despedida vindo dos teus lábios;
Pois, pelo menos, será o som da tua voz que irá corroer os meus dias.
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